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Abacaxi do AM recebe selo de IG e comunidades comemoram a conquista de 50 anos de trabalho

Nesta semana, a comunidade do Novo Remanso, em Itacoatiara, recebeu a concessão da IG (indicação geográfica) na espécie de (IP) indicação de procedência, para o abacaxi em nome da ENCAREM (Associação dos Produtores de Abacaxi da Região de Novo Remanso). O momento é de reconhecimento, comemoração e desafios superados.

O Presidente da Associação de Comunitária Agrícola de Caramuri, Daniel Leandro da Silva, ressalta pontos importantes para a conquista antes e pós selo de IG. Embora seja o momento de comemoração, ainda há desafios que precisam ser contornados.

“É importante ressaltar que na terceira reunião de apoiadores da ação, a comunidade de São Francisco do Caramuri participou por conta de um grande número de agricultores. Foi um processo de cinco anos, foram muitos desafios e muitas reuniões. Caramuri, Novo Remanso e Vila do Engenho, possui grande potencial e é de onde as famílias tiram o seu sustento. Nos tornamos o maior produtor do Estado do Amazonas e com isso em parcerias, nós criamos a ENCARE que a Associação de produtores do abacaxi de Novo Remanso”, explicou Daniel.

O momento é resultado de uma luta pelo reconhecimento de 50 anos. A produção amazonense do abacaxi resistiu e insistiu para que o trabalho árduo entres as comunidades fosse além do sustento familiar, mas que o produto chegasse a nível internacional.

“Já somos um potencial, porém não tínhamos uma identificação geográfica que garante a esta região um conhecimento nacional e internacional. Essa contribuição vai ao encontro com toda a luta que o agricultor teve há 50 anos. Vai garantir a viabilidade do mercado, garante a qualidade do produto, qualidade de vida, bem-estar, acesso à tecnologia, reconhecimento, vai proteger esse produto e vai vincular ao consumidor. É algo extraordinário. A região ganha com isso”, afirmou o presidente.

Os agricultores conseguiram diminuir em 60% em uso de agrotóxicos na região, pois um dos critérios é da garantia da questão do impacto ambiental e da saúde do consumidor.

Como próximos projetos, está incluso a criação de aplicativo de controle. O agricultor vai conseguir inserir os dados pelo aplicativo, onde o conselho regulador receberá as informações e fazer o monitoramento. Pesquisas na área do mestrado e doutorado na produção do abacaxi.

O produto possui um tempo certo para ser colhido, comercializado e consumido. Tudo isso faz parte da qualidade do abacaxi de Novo Remanso. “Uma vez que chega no estado de amadurecimento, o máximo é de cinco dias para o consumo”, disse.

Já existem mulheres nas três comunidades que acrescentam sua renda com a comercialização dos subprodutos do abacaxi. É mais força com a IG e isso terá um valor agregado. Mostra que o agricultor está consumindo um produto muito bom.

“A comunidade também buscará parcerias junto ao Governo do Estado para a resolução de problemas fundiários e acesso à novas tecnologias para deixar o trabalho manual. A medida resolve problemas socioambientais e fazendo com que o homem do campo produza em um pequeno espaço a mesma quantidade ou mais do que uma área grande e desmatada”, ressaltou Daniel.

Ele explica esse momento de conquista e também responsabilidade pelos próximos. O que antes era luta pela identificação, hoje é produção com uso da identificação, mas com inovações para o setor.

“Estamos em um momento celebrativo, mesmo com a pandemia e precisávamos de algo para dar um impulso. Vencemos dificuldades e desafios e conseguimos comprovar a qualidade do nosso produto. Foi fantástico. É uma conquista nossa para o uso do selo”, finalizou.

 

Muni Lourenço falou sobre a conquista para o Amazonas

O presidente da Faea ( Federacao da Agricultura e Pecuaria do Estado do Amazonas) e vice-presidente da CNA, Muni Lourenço destacou a conquista dos agricultores.
“A conquista da Identificação Geográfica do abacaxi de Novo Remanso, Vila do Engenho e Caramuri é uma Vitória dos produtores rurais amazonenses que com dedicação, manejo sustentável e tecnologia conseguiram mostrar que o abacaxi do Amazonas é um dos melhores do mundo, pela sua característica de sabor doce na medida certa da natureza. Nós vamos continuar apoiando ações do gênero, como já fizemos nas IG do guaraná de Maués, dos Peixes Ornamentais de Barcelos e com a farinha Uarini do Médio Solimões”, disse.

O secretário da Produção Rural do Amazonas, Petrucio Magalhães falou sobre a importância do reconhecimento.
“Um orgulho para o Amazonas. Nessa região do Novo Remanso, envolvendo várias comunidades, temos uma cadeia produtiva do abacaxi diferenciado, doce, saboroso e que agora recebe esse reconhecimento por parte do INPI, a identificação geográfica – IG, na categoria indicação de procedência. Devemos reconhecer o nosso produtor rural que sempre acreditou no cultivo do abacaxi, mas temos que agradecer também ao SEBRAE, FAEA, OCB, entidades empresariais, o Governo do Amazonas, por meio do Sistema SEPROR (IDAM, ADS e ADAF), e muitos outros parceiros que ao longo de muitos anos apoiaram essa cadeia produtiva na região. Ganhou o Amazonas”, declarou orgulhoso. 

Texto: Bruna Oliveira Fotos: Divulgação 

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