A criação de cabras é uma atividade com grande potencial financeiro, que pode ser desenvolvida em pequenas propriedades, até mesmo próximos de centros urbanos, além de ter baixa mão de obra e o rebanho ser de fácil reprodução. Com investimento inicial baixo, é uma ótima opção de empreendimento para o início no agronegócio.
O veterinário Bruno Negreiros é dono do capril Caprinorte, localizado no município de Maués (cidade a 259 km distante de Manaus em linha reta), conta que o negócio teve início há 30 anos, quando o seu pai, Ornan Alencar, através de uma matéria jornalística, se interessou pela criação de cabras e acabou adquirindo algumas do estado do Rio de Janeiro.
’’Eu já cresci no meio das cabras então, acabei me tornando veterinário e em seguida transformando a paixão em criar cabras em negócio da família’’, ressalta.
Hoje, a Caprinorte possui cerca de 40 cabras leiteiras, que em breve receberá a certificação do Selo de Inspeção Estadual (SIE). A certificação ajudará na expansão da produção do queijo de cabra que é produzido no capril.
As cabras da fazenda Caprinorte são de raça suíça e precisam de alguns cuidados especiais na sua criação. ’’Como são uma espécie de região fria, elas precisam de instalação e manejo adequado, por se tratarem de animais delicados’’, complementa Bruno.
Uma das dificuldades encontradas na criação dos animais na região, é que no Amazonas não há sal mineral adequado para caprinos, no caso, o próprio veterinário é quem produz o sal com a quantidade adequada de minerais que as cabras necessitam para seu desenvolvimento. Além, do alto custo da alimentação comparada com outras regiões do país, já que os principais ingredientes da ração (o milho, a soja e o sorgo) tem custo mais elevado na nossa região.
A região Nordeste é a maior produtora de caprinos e ovinos do país, com 57,24% da produção. O Brasil possui cerca de 13 milhões de cabeça de caprinos, sendo o nono maior rebanho do mundo, mas contribui com apenas 1,3% da produção mundial de leite.
’’As atividades com as cabras ainda não são a principal renda da empresa, mas o nosso principal objetivo é ter uma renda única que venha do rebanho, e isso depende muito do mercado e consumo na região’’, destaca.
O veterinário destaca ainda existe preconceito das pessoas em relação ao consumo dos produtos de laticínios dos caprinos, pela falta de conhecimento da qualidade do produto. Mas está bem esperançoso que com o selo de inspeção o rebanho possa crescer, e consequentemente, o aumento da produção e a importação do leite e dos queijos produzidos no capril, para outras cidades como Manaus.
’’Segundo pesquisas feitas em conjunto ao Ministério da Agricultura e Adaf, seremos o primeiro laticínio de leite de cabra da região Norte do Brasil a ter a certificação do Selo de Inspeção Estadual’’, enfatiza.
Texto: Beatriz Costa
Fotos: Divulgação
