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Ciência e tecnologia atuam juntas contra tráfico de tartarugas na Amazônia

O monitoramento permite a verificação das áreas de reprodução das tartarugas-da-amazônia 

Tecnologia e meio ambiente estão aliados para manter o ecossistema em funcionamento, pensando nisso, um projeto da Associação da Conservação da Vida Silvestre – ou Wildlife Conservation Society (WSC), com a ajuda da tecnologia, utiliza drones e hidrofones para monitorar o comportamento das tartarugas-da-amazônia no período de desova e no nascimento dos filhotes.

As atividades humanas interferiam diretamente na queda da reprodução das tartarugas. A população do animal diminuiu no último século. Entre os fatores estão a captura da espécie para o consumo ilegal e para o tráfico da carne e dos ovos.

Os animais ficam mais vulneráveis com a desova e a baixa dos rios da Amazônia, com isso, predadores atuam. De acordo com estudos, entre 200 e 300 mil filhotes podem nascer em uma mesma noite, o que facilita a identificação e a captura dessas tartarugas.

As tartarugas-da-amazônia são a maior espécie de quelônio de águas doce da América do Sul, podendo medir 1 metro de comprimento e pesar até 75 quilos. São também uma das espécies de tartaruga com comportamento mais social do mundo, o que torna a comunicação sonora extremamente importante para a troca de informações nas atividades sociais do grupo dentro e fora da água.

Como funciona o projeto

Por meio do uso de imagens aéreas, comunicação acústica e dados ambientais, os cientistas estão buscando informações que ajudem a prever o período de desova e nascimento em massa. O principal objetivo é melhorar os métodos de proteção e manejo durante o período reprodutivo e, assim, desenvolver estratégias concretas de conservação para a espécie. 

A doutora ecóloga, Camila Ferrara afirma a responsabilidade do projeto e o pioneirismo no cuidado com as tartarugas da Amazônia.

“Somos o primeiro projeto a trabalhar com drone e comunicação acústica em conjunto para a investigação dos padrões comportamentais de tartarugas. Durante a desova, conseguimos fazer as primeiras fotos aéreas da espécie, mostrando um pouco da dinâmica de ocupação da praia pelo conjunto de fêmeas. No período do nascimento, acompanhamos a etapa que antecede a saída dos filhotes dos ninhos, uma vez que a imensa maioria aguarda para nascer juntos. Assim, identificamos padrões e reunimos dados que contribuam com a conservação da espécie”, destacou.

O drones mapeiam a movimentação as fêmeas e os hidrofones, dentro das águas, analisam a comunicação entre a espécie. O objetivo do projeto é usar todos esses dados, junto com as variáveis ambientais (temperatura, marés, umidade etc), para tentar prever o mais precisamente possível quando as tartarugas chegarão às praias e quando os filhotes irão nascer para, por exemplo, intensificar a fiscalização nesses dias.

Em Manaus e outras regiões da Amazônia, a carne da tartaruga é muito visada, assim como os ovos. Um indivíduo adulto da espécie pode custar de 800 a mil reais no mercado ilegal, o que estimula a captura de forma não sustentável dos animais.

Texto: Bruna Oliveira   Fotos: Camila Ferrara/WCS

 

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